Biblioteca Escolar

Agrupamento de Escolas Escultor António Fernandes de Sá

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Formação em Literacia Informacional

 

A Biblioteca Escolar e a Literacia Informacional

Fundamentação do Projeto

 

A biblioteca escolar disponibiliza serviços de aprendizagem,

livros e recursos que permitem a todos os membros da comunidade escolar

tornarem-se pensadores críticos e utilizadores efetivos da informação

em todos os suportes e meios de comunicação."

Manifesto UNESCO/IFLA: 1999

 

Um espaço privilegiado (mas não exclusivo) para a abordagem de diversas vertentes da aprendizagem é, sem dúvida, a Biblioteca Escolar. Ao afirmar-se como espaço de (trans)formação, a Biblioteca assume-se como agente facilitador e promotor de novas aprendizagens, nomeadamente em termos cívicos e relacionais, propiciando, através da leitura, dos processos de pesquisa e de outros meios de interiorização de valores e apreensão de saberes, “viagens interiores” no âmbito do Aprender a Ser que se traduzem em processos de adensamento vivencial.

Sendo também um espaço que procura ir ao encontro da necessidade urgente de responder à pluralidade de fontes de informação, à diversidade dos conteúdos multimédia e aos novos meios de saber, a Biblioteca escolar assume um papel ativo como agente catalisador da faculdade de Aprender a Conhecer, promovendo uma aprendizagem plenamente inserida na área do progresso científico e tecnológico.

No âmbito do Aprender a Fazer, a Biblioteca escolar cria o terreno favorável à articulação entre conhecimentos e aptidões, aprendizagens e competências. Potencializando a sua riqueza de recursos e dinamizando iniciativas de aprendizagem (nomeadamente a exploração de guiões de literacia e a articulação pedagógica, através de um programa de actividades, com os diversos departamentos curriculares), a Biblioteca escolar permite ao aluno aprender fazendo (e, mesmo inconscientemente, fazer aprendendo) proporcionado os instrumentos de resposta ao carácter mutante dos atuais contextos sociais.

Por fim, sendo, por excelência, um espaço de convívio e de dinâmicas interpessoais, a Biblioteca promove também a dimensão “Aprender a Viver Juntos” respondendo ao desafio da redescoberta das relações de cooperação, de respeito, de partilha, de elevar os limiares da coesão entre os sujeitos. Nela se vertem, em microescala e em contexto lúdico-pedagógico, os valores nucleares da vida cívica e da construção da identidade.

Destaca-se, deste modo a dependência entre três vértices de um mesmo triângulo - educação, literacia da informação e aprendizagem ao longo da vida - tendo por base as bibliotecas e o papel dos professores bibliotecários enquanto agentes educacionais: hoje em dia, mais do que nunca, a Biblioteca escolar não se pode limitar a constituir apenas um espaço de apoio à aprendizagem, mas um espaço de aprendizagem em si mesmo.

 

Segundo o estudo de Ohio, levado a cabo, entre 2002 e 2003, por Todd e Kuhlthau, em parceria com a Ohio Educational Library Media Association (sendo este, ainda hoje, dos mais importantes estudos realizados com o objectivo de determinar a influência da Biblioteca escolar no processo de aprendizagem dos alunos), cem por cento dos alunos envolvidos afirmaram não ter quaisquer dúvidas quanto ao contributo positivo da Biblioteca no desenvolvimento de novas competências e aprendizagens. O mesmo estudo salientou, no âmbito dos níveis de proficiência dos alunos, o esbatimento da influência das desigualdades sócio-económicas neste contexto específico de aprendizagem, uma vez que o acesso aos recursos é gratuito e todos usufruem das mesmas oportunidades. Tendo também em conta que é cada vez mais comum a abertura das Bibliotecas a um público não cativo (nomeadamente a comunidade extra-escolar), assim como a flexibilidade e o prolongamento de horários, é inegável que a Biblioteca escolar, num contexto de uma conjuntura propícia, se apresenta como um seríssimo candidato a configurar um espaço de efetiva elevação dos níveis de literacia de uma dada comunidade (assumindo já esse papel em países como os EUA, a Austrália e o Reino Unido, entre outros).

É fundamental, porém, para a concretização destes intentos, a elaboração de um plano de aprofundamento dos níveis de literacia, da responsabilidade do professor Bibliotecário, mas com o apoio da Direção, dos Departamentos Curriculares e das demais estruturas educativas (por exemplo, a Associação de Pais e as Vereações Culturais das Juntas de Freguesia). As atividades e os recursos a incluir no Plano deverão ir ao encontro das debilidades e lacunas auscultadas com mais frequência em contexto escolar, encontrando um ponto de equilíbrio entre o seu carácter abrangente e genérico e a heterogeneidade dos seus destinatários, os ritmos distintos de aprendizagem, a relevância do factor motivação (durante todo o processo e não apenas na fase inicial), o investimento na diversidade dos recursos e estratégias, a avaliação (contínua, formativa e reguladora).

 

No contexto das competências a desenvolver, destacam-se, pela urgência e importância, as competências informacionais que permitirão uma bem sucedida integração na Sociedade da Informação, o exercício da cidadania e a realização pessoal, profissional e social.

As exigentes funções do professor bibliotecário no âmbito da promoção e desenvolvimento da literacia da informação na comunidade escolar e extra-escolar revestem-se de importância vital no contexto contemporâneo e em projecção para o futuro.

A biblioteca escolar deve centrar-se na gestão da informação e do conhecimento como principal processo na formação plena dos seus utilizadores, usando como suporte as novas tecnologias nas diversas fases de aquisição, tratamento, produção e difusão da informação.

A centralidade que a literacia da informação tem de ocupar no contexto da Biblioteca escolar deve ser reflexo do próprio carácter nuclear que as competências literácicas ocupam na sociedade, em geral, e na vida de cada um, em particular: trata-se não só de auferir das chaves de entendimento e operacionalização acionável da realidade, mas da eclosão de uma nova perceção de si mesmo, acarretando uma valorização pessoal e a elevação da auto-estima, pois quem aprende a conhecer, a fazer e a conviver, aprende, necessariamente, a Ser…

A Professora Bibliotecária,

Sílvia Pinto